terça-feira, 15 de junho de 2010

Estágio "Semana 9"

Nessa ultima semana de estágio, entre várias atividades desenvolvidas destaco algumas que considero muito significativa como, por exemplo, ao trabalharmos com a historia em quadrinhos: Pedrinho e Chiquita em Liberdade, cujo tema foi à discussão sobre ética e cidadania. Realizamos a leitura silenciosa e oral, logo após um debate para melhor compreensão, onde os alunos expressaram suas concepções referente o assunto em questão. A participação dos alunos foi muito produtiva, pois ao final concluíram que ética é agir corretamente, deram até um exemplo de um médico que não deve sair por aí falando de seus pacientes. Já para cidadania disseram que é cumprir com nossos deveres, tendo o direito de expressar nossas idéias a todos. Por isso, considerei essa discussão muito significativa, pois os alunos demonstraram argumentos e evidência para explicar o tema abordado.
Aproveitando esse maravilhoso momento de aprendizagens, pedi para os alunos realizar uma pesquisa na internet abordando o assunto debatido, ou seja, com isso reafirmaram as impressões prévias gerando uma nova discussão sobre como pesquisar? O que é uma pesquisa? Ao final, discutimos que pesquisa não é uma cópia e sim, um posicionamento pessoal a partir da leitura realizada e assim concluímos nossa aula de hoje.
A contação da história Maria-vai-com-as-outras, de Sylvia Orthof, foi usada como referencial para discutirmos a questão da autonomia, da opinião própria, da liberdade de expressão. Nossa discussão gerou diferentes opiniões a respeito, inclusive um dos alunos chegou a dizer que “não podemos fazer ou pensar como os outros, pois podemos até ir presos”, outros relataram que “é possível pensar e agir como outros, mas se isso realmente estiver de acordo com aquilo que pensamos e acreditamos”. Considerei essas colocações importantes, pois demonstrou que os alunos estão aprendendo a posicionar-se diante das problematizações apresentadas, as quais lhes são significativas para sua formação como sujeito construtor de sua própria história.
Na atividade de observação das imagens, fiz um cartaz com o desenho do mapa do Brasil e nele colei pessoas de diferentes etnias e culturas, então sem mencionar nada a respeito, pedi aos alunos reunidos em grupo, para observarem as imagens descrevendo-as . Meu objetivo era que relatassem a multiculturalidade existente no Brasil, essa mistura racial e cultural que nos deixa orgulhosos em ser Brasileiros e o objetivo foi atingido com sucesso, pois todos os grupos identificaram essa diversidade.
Contudo, durante o estágio aprendi a pensar e repensar minha prática diariamente, refletir sobre os conteúdos oferecidos, até que ponto eles vão contribuir para a formação desses alunos tornando-os sujeitos críticos, participativos, autônomos? A cada planejamento, a cada erro e acerto, ficou a certeza que estamos em constante aprendizado e o saber é simplesmente algo infinito.
No início do estágio, havia alunos que não sabiam dividir, diminuir, penso que não tinham formado o conceito de quantidade, mas hoje entre as diversas atividades utilizando material concreto percebo que, essas dificuldades foram superadas quase que totalmente. Alunos que mostraram uma melhora na escrita e na leitura oral e outro que me disse: “prof. O mais importante foi aprender a dividir as coisas”, isso é uma emoção que não consigo descrever e nada se compara ao fato de saber que pude contribuir para a vida desses alunos, para seu crescimento pessoal e social.
Para encerrarmos nosso dia, fizemos uma festinha de confraternização com guloseimas trazidas pelos alunos, brincadeiras de mímicas, dança da cadeira, morto vivo, ginástica musical e outras. Nesse dia fiquei muito emocionada com os presentes e cartinhas que recebi dos alunos, também ao ver alunos caírem no maior choro devido a minha saída, são essas coisas que às vezes podem parecer bobagem para alguns, mas que em minha concepção me fazem acreditar numa educação melhor, uma educação que constrói além dos conhecimentos, laços de afetividade entre professor e aluno, pois Freire já dizia que a afetividade é necessária para a aprendizagem e segundo ele: “A educação é um ato de amor, por isso, um ato de coragem”.
Em minha concepção devemos amar aquilo que fazemos e ter coragem de construir e reconstruir nossas aprendizagens diariamente.

Um comentário:

Roberta disse...

Rosi!!

Nossa essa semana foi cheia de atividades, mas deu pra perceber que tu tentou propor atividades diferentes que despertassem o interesse do aluno e a sua autonomia.

Abraços
Roberta